terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Entrevista com Marcelo Amaral







Fizemos uma entrevista com o escritor Marcelo Amaral ou Paladino Pirata, como é conhecido por seus fãs, para o extinto site Parada Literária. Como foi um prazer conversar com ele, deixamos aqui a entrevista, novamente, para vocês. Nascido no Rio de Janeiro, Marcelo é criador da Turma da Página Pirata, que protagoniza duas séries de livros: Palladinum- Pesadelo Perpétuo, uma história repleta de fantasia e A Máquina Antibullying, que é seguido por A S.U.P.E.R Gincana.

1) Quando surgiu esse sonho de ser escritor?
O meu sonho de me tornar um escritor nasceu de minhas tentativas de fazer histórias em quadrinhos quando garoto e também pela minha paixão por tudo ligado ao universo fantástico: HQs, livros, desenhos, jogos, filmes, séries… Minha infância nos anos 80 me permitiu curtir uma produção cinematográfica, televisiva e literária que dava muito espaço para a fantasia. Quando eu escrevo tento colocar um pouco dessa nostalgia no texto.

2) Você também desenha. Esse talento surgiu na mesma época de querer ser escritor?
Eu desenho desde muito pequeno. Lembro que eu criava e desenhava histórias em quadrinhos, mas tudo sem método algum, era puro “achismo”. Tanto é que dificilmente eu terminava essas histórias, pois tinha um bom começo, mas não sabia como desenvolver ou terminar. Só bem mais velho é que despertei para a escrita, depois de ler obras como Senhor dos Anéis e Harry Potter. Daí corri atrás de cursos e comecei a praticar, praticar e praticar...

3) Como é escrever livros para crianças e jovens?
Quando escrevo eu procuro não focar só no público infantojuvenil, pois acho que tem muito leitor adulto que também curte esse tipo de histórias. Eu mesmo me incluo nessa categoria! Gosto de escrever livros com os quais as pessoas possam se identificar, tanto com os personagens quanto com as situações. Os leitores jovens vão gostar pois estão vivendo a mesma fase e percebem que não se trata de uma história bobinha; já os leitores adultos lembrarão com carinho de suas aventuras na juventude. Costumo dizer que me espelho nos roteiros dos filmes da Pixar, que agradam e divertem as crianças, mas que não esquecem o público adulto em momento algum.

4) Como surgiu a ideia de criar a Turma da Página Pirata?
Tudo começou com a Pastilha e o Piolho, que nasceram antes mesmo da história de Palladinum, meu primeiro livro. Eu tinha a ideia de fazer um livro infantil sobre uma menina que vivia doente e um garoto que não gostava de tomar banho, mas esses personagens lutaram para estar na grande aventura passada na terra dos Sonhos e Pesadelos que eu também já vinha lapidando. Foi então que decidi criar uma turma de jovens no estilo Goonies, Os Karas (criação de Pedro Bandeira) e Caverna do Dragão. Assim nasceram Paçoca, Pimenta, Pinguim, Princesa e Peteca, cada um com sua própria personalidade e um papel importante na trama e dentro do grupo. A ideia de uni-los através de um jornalzinho escolar impresso me pareceu interessante justamente por ser meio nostálgica se pensarmos nos dias atuais onde tudo é digital e online.

5) Como escritor de aventuras fantásticas, como você vê esse gênero no Brasil?
O gênero Fantasia vem conquistando cada vez mais leitores no Brasil. Tanto é que muitas editoras vêm investindo em lançamentos e em trazer títulos internacionais. Infelizmente, muitos desses leitores ainda se mostram resistentes em conhecer os autores nacionais do gênero, torcendo o nariz até mesmo para os mais conhecidos e best sellers. Lembra um pouco o preconceito enfrentado pelo cinema nacional, onde muita gente assume que se foi feito aqui, é ruim. Mas essa é uma percepção que, felizmente, vem mudando.

6) Você acredita que as editoras dão muitas oportunidades à novos escritores brasileiros?
Isso varia muito de editora para editora. Muitas investem em autores nacionais e muitas só têm estrangeiros no catálogo. Acredito que se o autor tem talento, disciplina, humildade e faz um bom trabalho de divulgação de sua obra ele tem total condição de chamar a atenção de uma editora e conquistar o seu lugar. Recomendo aos novos escritores ficarem de olho nas seleções para coletâneas de contos. São ótimas oportunidades para quem quer ser publicado.

7) Suas duas séries possuem os mesmos personagens, porém temas um pouco diferentes, como a fantasia e o outro sobre bullying. Além dessa ligação que os livros possuem, quais outras?
Quem ler Palladinum e os dois livros da coleção da Turma da Página Pirata vai encontrar elementos de fantasia em todos os livros, ainda que no primeiro eles sejam muito mais evidentes. Afinal, uma máquina antibullying capaz de revidar xingamentos e transformar os alunos de uma escola em burros, baleias, elefantes e monstros é um plot de fantasia ambientado no “mundo real”. Mas em todos os meus livros eu coloco muito bom humor, aventura, amizade, família... Valores que não são colocados no texto para serem professorais, mas para completarem e enriquecerem a história.

8) Fale mais sobre o livro “Ser pai de menina é...”
Minha filha, Manuela, nasceu em 2014, no finzinho da Copa do Mundo. Quando ela completou 3 meses eu comecei a postar no Facebook tirinhas retratando os momentos lindos e apreensivos de ser pai de primeira viagem. Tudo com um olhar bem humorado, apaixonado e verdadeiro. A coisa fez um sucesso tão grande entre pais e mães do Brasil inteiro que acabou pintando o convite para fazer o livro. Fizemos uma seleção de 60 tirinhas para esse volume, que mostra o primeiro ano de vida da Manu. No livro a paternidade é mostrada com muita leveza, carinho e um toque nerd. É uma celebração às descobertas do universo infantil feita para homenagear filhas e filhos, mães e pais, avós e avôs, tias e tios… Fiquei muito feliz com o resultado e com a recepção carinhosa de quem já leu.

9) Você pensa em algo além dos livros e as tirinhas, como algum desenho para YouTube?
Já pensei em expandir a “Turma da Página Pirata” e o “Ser Pai de Menina é” para outras mídias sim, como quadrinhos, aplicativos e desenhos. Quem sabe um dia? ;)

10) Para os jovens que pretendem ser escritores ou desenhistas, qual conselho você deixa?
Eu acho que eles devem ler muito, sobre tudo, e experimentar todos os gêneros literários até encontrar aquele com o qual se identificam mais. Será bem mais fácil para o iniciante escrever o primeiro livro sobre algo que ele gosta ou conhece bem. E escreva. Escreva muito! É como andar de bicicleta, quanto mais a gente treina, melhor fica. Com a escrita não é diferente. E com desenhos também. Pratique sempre!


Quem quiser adquirir as obras do autor, pode encontrar em ebook pela Saraiva ou Amazon e os livros também pela Saraiva e Livraria Cultura.


Para quem quiser entrar em contato com o autor:
Site: http://www.paladinopirata.com.br/
Twitter: @paladinopirata
Email: marcelgomprime@gmail.com

Foto via site do autor.

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Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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