segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Conto de Vampiro


Esperando a inspirarão mil morcegos voam por sobre minha cabeça decepada ao chão. Corre um minhas veias, o ar empoeirado de outras eras, a cor dos verdejantes arcaicos que já vi agora acinzentaram-se. Eu vi a lua escurecer, avermelhar, e perder a cor, vi minha vida caindo gota-a-gota no chão, depois ser pisada pelo pedestres, mas a dor que me corroía gritava mais alto que o silêncio daquela rua escura por entre a penumbra da esquina solitária uma silhueta se sobressaiu, em minhas ultimas forças deixei escapar um grito de apelo que eu mesmo não consegui identificar o que dizia, só sei que ele conseguiu entender, meus sentidos já defectivos, ainda puderam notar sua fria pele, não seria pela aquela noite de neve pois ele gelava mais que a noite, quando a luz enfim refletiu no chão coberto de gelo, e seu semblante se sobressaiu dentro de seu capuz de couro, vi seu rosto, e seus olhos em sangue eram prelúdio do meu destino, abriu a boca com que para abocanhar-me inteiro. A dor era intensa, fina e forte, a cólera dele descendente de sua sede corria por entre seus lábio e minha jugular, logo desmaiei. Mil demônios me rodeavam logo percebi meu corpo a me rondar, voava por entre árvores e corria por entre planaltos inorizontáveis.
           O tempo imedível em relógios ou ampulhetas se confundia com as passadas do destino por entre brasas ardentes, logo havia me tornado a dor dos seguintes e a salvação dos mesmos, me sentindo num eterno déjavù ou numa epifania sem fim eu ajudava os que estavam a encontrar seu próprio Apocalipse a se livrar da dor, ajudava-os a mais do que viver a história, ajudava-os a ser a história, a ser mais, a ser... Imortais. Logo o  sangue que jazia de meu coração me fez falta, meu coração putrefato foi requisitado por uma bela dama, a qual o cedi sem prestar resistência, depois, por entre carícias sadomasoquistas e ilusões irreais o doce sangue que descia em minha garganta era bebido pela mesma garganta de outra pessoa, pois agora nós éramos "um" por toda eternidade... Não quero que dessa carta seja feita minha confissão, mas que dela seja tratada apenas como o meu epílogo ou mesmo apenas mais um Conto de Vampiro.

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Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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