domingo, 27 de junho de 2010

Esquinas cheias de nada...

Na efemeridade de alguns sentimentos continuo descontraindo os ponteiros do relógio e, pela tintura escura da noite, embriagando a solidão com algumas garrafas de vinho.
O silêncio ensaia alguns tons afinados com minhas loucuras nada sóbrias.

Planejo uma pirraça e expulso pela porta da frente a solidão, que sem pedir licença insiste e entra, dessa vez, pela janela.

Exausta desta companhia forçada, desrespeito o avanço do tempo e saio como a qualquer hora. Competindo os passos com a sombra refletida no estreito da calçada, vou costurando os meios fios das ruas.
Vazia de pressa desenho algumas esquinas cheias de nada.

Começo a suspeitar do silêncio deste lugar, onde todos dormem e as luzes descansam apagadas.
Com receio vou arriscando e engraxando a sola do sapato por ruas que disfarçam de mim qualquer segredo.
Contorno algumas curvas suspeitas e sigo retas desconfiadas, tentando desvendar o que ainda não sei. Já é tarde e eu só preciso saber. Saber das respostas que se encaixam em perguntas já empoeiradas.

Já no fim de noite, meu cansaço tem sabor de embriaguez e minha vontade tem os desenhos do seu rosto.
Mas, talvez eu devo me conformar com finais de histórias interrompidos e maquiar algumas perguntas órfãs de respostas.

Já é tarde, o melhor é voltar pra casa.

Grafite

Um comentário:

  1. UAU que lindo.
    Transbordava sentimento.
    Consegui sentir no coração.

    Bjão =^.^=

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Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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