Esquecer

Nada como mais um dia na cidade de São Paulo, o calor de dezembro torna os dias cada vez mais exaustivos, o tempo parece demorar mais para passar.
Sonhamos, esquecemos, lembramos e fazemos. Ou deixamos tudo para depois, para última hora.
Cada pessoa guarda uma história dentro de si, mas são raras as que contam. E seus segredos se perdem na fumaça quase sólida de suas mentes...
Esquecer.
Nada como mais um dia tendo muito o que fazer. O tédio e o mormaço te sufocando pouco a pouco.
O hálito de café puro, as olheiras de um sono perturbado. Quase nunca sono.
Mais um dia. Só mais um.
Em que respiro o mesmo ar, digo as mesmas palavras, faço as mesmas coisas. E esqueço.
Esqueço a rotina que me devora, me tira a calma, o sossego, me engole a alma.
Minha memória. Tão vaga a se lembrar. Infância, vida, morte... Tudo chega e vai passar.
Belo dia.
O céu está tão lindo.
Me machuca o medo de sair e não voltar.
Não mais.
Nada mais.
Onde o sentido mora em mim me faz.
Bem ou mal, sem sentido e nada mais.

Por: Cayla Ortega