sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Insanidade cumulativa...
“Tomo um gole de insanidade, alimento-me de intensidade, perco-me no traçado errante da impulsividade e me deixo, deixo-me ir levemente até que a imensidão me engula e eu suma totalmente por dentro das suas vísceras. Pego na mão do erro, seguro e prometo nunca deixá-lo ir, faço prometê-lo também que nunca me deixará, que nunca me deixará confinada ao acerto, que ele sempre virá como resposta prévia dos meus atos ludibriantes e corretos. Ele fica, eu sorrio timidamente, permito-me até mesmo me confundir em meio às suas palavras e entre o espaçamento delicado entre elas. A agonia por um momento pareceu sumir, desapareço então por trás da fumaça estonteante do cigarro aceso na varada e me deixo ser hipnotizada pelos tormentos abstratos da minha cabeça.
Penso no “tic-tac” melancólico do relógio no segundo corredor à direita no meu apartamento, vejo as minhas oportunidades que parecem estar escorregando discretamente das mãos, vejo as cores cintilantes no céu, vejo os amores que tive e os desamores que cultivei, entre todos as coisas que pensei, sem dúvida os desamores são os mais fortes. Agora fico abstraída e permito que a dor te tê-los me invada, permito-me ser preenchida pelo calor da tortura, pela agonia e pela destreza que é sentir. A ansiedade me rasga em pedaços, um surto parece me atacar violentamente, tremedeiras começam a subir pelas minhas veias venosas passando agora pelas veias cavas, um distúrbio viciante parece me entorpecer e agora me vejo em êxtase de sentimentos. Respiro profundamente, respeito meu coração por ter escolhido sentir, respeito meu corpo por reagir dessa maneira, respeito até mesmo minha mente por se alimentar dessa tortura racional que a fazer respirar, contudo vejo que é necessário, que meus punhos se tornam mais fortes e que minha vida vigora a cada sentimento, a cada curiosidade, a cada controvérsia. Minha vida se vigora sem medo de perder, sem medo de morrer e sem medo de crescer. Ela e meus delírios se amam, gostam da ajuda mútua proporcionada por ambos, elas gostam da força através do fel. Mais calma e extasiada eu espero o efeito desproporcional passar afim de que mais tarde tudo possa recomeçar… “
4 comentários:
Mundo Leitor
É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração
Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção
Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir
Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!
Autora: Dâmaris Góes
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Texto literário bem escrito.
ResponderExcluirUm abraço. Tenhas um bom dia.
texto muito bem escrito, a leitura te prende. me identifiquei bastante com tudo o que foi escrito. Tenho momentos assim.
ResponderExcluirte mandei um email, confere ai
ResponderExcluirIntenso.
ResponderExcluirEssa é a palavra que mais descreve o que eu senti ao ler o seu post.
Não parei de me perguntar o que de fato estaria proporcionando tantos sentimentos, tantos sentidos ou até coisas sem sentido algum enquanto você o escrevia.
Isso foi bom. Pelo menos pra mim. Eu gosto do mistério que as palavras trazem e das respostas que nós é que temos que dar ao que vemos.
Parabéns.
Gostei muito do post.
Bem escrito, bem intenso, bem enigmático no meu ponto de vista.
Beijos querida!