segunda-feira, 23 de maio de 2011

Meu avô, 1993

para meu avô, Cristovam

Meu avô morto
ainda vive em uma
fotografia lá de casa.
Meu avô morto
costumava ficar fincado
em uma parede,
em estilo retrato,
10X15 e também 3X4,
observando a sua casa.
Após a dor, o substrato
de sua presença
ainda habita a casa,
mas o retrato não habita mais.
A gaveta de fotos
antigas virou o descanso
final do artefato.
Meu avô morto,
espanhol de sangue,
brasileiro de fato,
tal qual Monalisa, sem sorriso,
tristeza ou olhar caricato,
continua a nos encarar,
olhos como os do Chê de Korda,
não-sorriso da Gioconda de Da Vinci,
semblante de uma criança de Cartier-Bresson,
Descobridor-Avô a quem sou grato,
permanece olhando nos meus olhos,
sob o fundo azul dos antigos retratistas,
e eu respondo o olhar. Estupefato.


#hápoesia no Mundo Leitor !!
Muito obrigado caro amigo !!

2 comentários:

  1. Olá, Bruno.

    Eu que agradeço. Sempre será um prazer incentivar aqueles que gostam da leitura.

    Abraços.

    ResponderExcluir
  2. È caro amigo o mundo conspira, e torço para que continue conpirando para que pessoas como nós nos encontremos pelo mundo a fora !!

    Não podia deixar de comentar esta postagem, não tinha como deixar passar uma postagem do #hapoesia !!

    ResponderExcluir

Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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