Enquanto a caneta corre o papel,
Batalhas são traçadas dentro de mim
E eu, com minhas asas de pedra,
Tento me erguer antes do fim.
Sinto que meu corpo aprisiona minh'alma,
Sinto que tudo se esvai com minha calma;
Calma que jaz definha, calma que não pertence mais a mim.
Nesse instante indescritível,
Por um momento me desfaço no ar,
Depois, imiscível, volto a mim
Num estranho lugar.
Um anjo me diz que morri e estou no céu,
Não vejo nada além de um branco e imenso véu.
A clareza que me ofusca, passa através do meu corpo,
Numa translúcida dança a que me expus;
Pergunto ao anjo o que me cega,
Ele diz que aquilo é a respiração de Deus, porque Deus respira luz.
De repente, quando tudo não mais fazia sentido,
Volto a mim como um ruído
Entre os sons que o trovão produz.
Percebo a minha e a sua existência
Vejo que na vida existe uma essência
E tudo que eu sempre procurei encontrar
se resume a uma palavra - ACREDITAR.
[imagem Vladmir Kush]
Gosto de suas palavras
ResponderExcluirBom final de semana
=D
Que poema lindo!!
ResponderExcluirBjão =^.^=