segunda-feira, 12 de julho de 2010

Que o vento nos leve...

Recuo alguns passos e abro caminho para a brisa, que passa por mim embaraçando os fios de cabelo e destruindo pequenos montes de areia.
O cheiro de sal e mar deslizam pelo vento e beijam minha face com pretensão.

Meu juízo brinca abusadamente com o medo. E, sem pensar, minhas ideias se jogam para um banho de mar.

Sem luzes para clarear o que não é para ser visto, sem carros para desenhar um caos urbano e sem você para me dizer o que fazer, eu deixo as emoções se arriscarem pela imensidão negra que define a noite deste lugar.

Aqui, eu sei, posso ser quem eu finjo não ser lá fora. Então ouso gritar contra o nada, chorar algumas lágrimas reservadas e rir das loucuras emanadas de algumas mentiras.
Em uma troca de pensamento, acabo reconhecendo os traços que me vem à mente. Não ignoro, afinal, já te ignorei demais.
Lá fora, a rotina e os outros me ditam preceitos e te esquecer vem como item principal.
Só quero que saibas que, longe de tudo, ainda recordo-me dos detalhes e, quando quero, deixo a saudade contar-me as novidades sobre você.
Só peço-te silêncio, pois minha inocência adormeceu para nunca mais acordar.
Agora, o sal começa a cegar meus olhos, que sem forças acabam fechando-se.
Deixo a brisa tapar meus ouvidos e as ideias desajustadas me carregam de volta para a beira da água.

Entre uma quebra de onda e a formação de outra, uma borda salgada vai tocando de leve a ponta dos meus dedos e deixo-me levar nesse ritmo até o nascer do sol.

Grafite

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Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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