segunda-feira, 5 de abril de 2010

A Iniciativa Umbra: Perdidos e Esquecidos - Prólogo

    Diferente de os Treze Fragmentos, A Iniciativa Umbra é uma historia que se leva menos a serio, e que eu levo menos a serio, e ela é mais curta, porém sem um final definitivo, como uma HQ, ou um livro de 007, na verdade a historia é nada mais que um toque de espionagem e um toque de paranormalidade. Algo como Sam Fisher ou Solid Snake encontra John Constantine, só que em versão mulher. Não esperem uma historia profunda, ou com alguma alegoria, como eu estou tentando fazer com os Treze Fragmentos, esse é um conto de Terror e de Ação, muito violento, porem divertido, tentem achar alguns Easter Eggs que eu preparei para os próximos 13 capítulos.
   A historia tem um subtítulo, porque se der certo, lançarei mas historias, também curtas, nada mais do que uns 13 capítulos. Agora fiquem com o prólogo da historia, e conheça a nossa protagonista Nathalie Narim.

 A Iniciativa Umbra.

-Perdidos e Esquecidos-

Prólogo.


  Tocava “God’s gonna cut you down” dentro da cabeça de Nathalie, era tudo em que ela conseguia pensar e escutar enquanto estava deitada sobre a maca, aguardando o eletro-choque que viria por meio dos eletrodos que já estavam grudados em sua fronte.
  “você pode fugir por um logo tempo.” E os enfermeiros chegaram, o psiquiatra já estava na sala, e fumava, contra as regras da instituição. Todos vestiam branco, a enfermeira, as duas técnicas e o psiquiatra. Até mesmo Nathalie vestia branco.
  “Fugir por um logo tempo.” A única que não vestia branco era Helena, ela estava de preto e olhava Nathalie melancolicamente, seu corpo era de uma garota de 14 anos,...e era translúcido, ela estava triste e chorando enquanto as enfermeiras passavam por dentro dela, sem conseguir enxergá-la, ela disse a Nathalie “Desculpa!”, mas Nathalie não prestava atenção nela agora, Nathalie só ouvia mais um “Fugir por um logo tempo.
  O cabelo de Nathalie, ainda era loiro, porem era muito curto, e ralo, o rosto de Nathalie estava ainda mais pálido do que o normal, quando ela recebeu uma injeção de algum liquido amarelo, “Cedo ou tarde Deus o reduzirá
 Helena gemeu de dor e angustia quando viu sua amiga tendo espasmos por causa da injeção.
   Nathalie não lembrava de nada, nem ao menos porque ela estava deitada ali, tudo estava confuso, a maca era suja e distorcida, as enfermeiras não usavam luvas, uma delas tinha a mão suja de algo que parecia sangue, mas provavelmente era apenas molho de tomate, do lanche da tarde... “Cedo ou tarde Deus o reduzirá”.
   Helena sabia o motivo de Nathalie estar ali deitada, ela era o motivo, ela era o motivo de Nathalie estar internada naquela instituição psiquiátrica. O nome da instituição era Wintershelf, e ela foi jogada-la após supostamente assassinar uma garotinha de 6 anos com uma facada no crânio da menina. Helena sabia que desde o dia em que morreu, ela foi atada a Nathalie, assim como tudo o que esta morto e em um outro plano. “Vá e diga para aquele mentiroso de língua comprida
  Helena sabia quem enlouquecerá Nathalie mais do que o normal nesses últimos dias, ele estava sentado na sala de espera da instituição, ele vestia preto e se chamava Eddon, mas se proclamava Eduardo Mace para os outros, um demônio que se divertia em causar loucura e demência nos humanos, uma vez Nathalie ajudou uma vitima de Eddon, e ele com orgulho ferido decidiu atacar Nathalie com todas as forças, Eddon ganhou a batalha... “Vá e diga para aquele cavaleiro da meia noite
  Em silencio Eddon gargalhava e apenas Helena escutava, Nathalie se atinha a voz de Johnny Cash dentro de sua cabeça. Helena sabia que não podia lutar contra Eddon, não tinha forças nem perto do suficiente, e não podia fugir, pois estava atada a vida de Nathalie, só seria livre quando Nathalie deixasse de viver, uma liberdade que ela nunca desejaria... “Diga ao vagabundo, ao jogador e ao trapaceiro”. Mesmo assim Helena tentou correr o mais rápido que pode para o mais longe de Eddon e do sofrimento de sua amiga, atravessou todas as paredes do Wintershelf, alcançou o belo jardim, que contrastava com a sujeira interior da instituição.
   Nathalie sofria os primeiros impulsos elétricos, o seu cérebro ardia como se pegasse fogo, porem a musica não parava e ela não gritava, apenas se retorcia de dor... “Diga a eles que Deus os reduzirá” O Psiquiatra já achava Nathalie estranha, agora ficou um pouco mais preocupado, ela não gritava, e até sorria enquanto se retorcia de dor. E era estranha até para os padrões dos pacientes do Wintershelf.
   Enquanto Helena corria no jardim para fora da instituição, ela olhou para trás e viu Eddon acenando com um sorriso sarcástico e tenebroso para ela, ela olhou para frente e correu mais, quando se aproximava do portão sentia seu corpo inexistente doer, e se cansar, até que caiu repentinamente, muito próxima ao portão feito de grades, tentou se arrastar e parou quando viu um carro negro chegando com os faróis acesos. Era um carro antigo, parecia um Cadilac. “Diga a eles que Deus os reduzirá
   Nathalie agora gargalhava também, assim como Eddon, até Eddon começa achar a garota estranha, e os padrões dele sobre esse assunto eram altos, afinal ele era um demônio dementador. Ele parou de gargalhar, porque sentiu algo estranho no ambiente. O Psiquiatra se assustou com a forma que Nathalie agia, porém em um impulso incontrolável ele pediu para as enfermeiras um bisturi, e uma furadeira cirúrgica. Enquanto foi trocar de roupa. “... Bem você pode jogar sua pedra e esconder sua mão
   Nathalie continuava a gargalhar mais e mais alto, as enfermeiras e o psiquiatra se reuniram, fora da sala, e prepararam vários materiais que seriam necessários para um cirurgia. Eddon saiu da recepção e caminhou até o inicio do jardim, ainda longe de Helena, e do portão que agora abria por si só usando um dispositivo automático, mas o carro não entrou, ele parou, e 3 pessoas desceram dele. “Trabalhando nas trevas contra seus companheiros
   A primeira era uma mulher jovem vestida com roupas góticas, cabelos negros na altura dos ombros, usava vários cordões de prata no pescoço e enrolados no braço esquerdo, cada um desses cordões tinham um pingente diferente, alguns macrabos, alguns em forma de anjo, ela saiu primeiro, passou por Helena, olhou para baixo e sorriu para ela, enquanto puxava um cordão de dentro de sua camisa preta rasgada, tirou ele do pescoço e enrolou na mão direita, olhando para Eddon, que por sua vez colocou as mãos no bolso, e olhou fixamente para a gótica, seus olhos tinham um brilho esverdeado, Helena sabia o que era isso, e teve pena da mulher, mas nada aconteceu com ela. “Mas tão certo quanto Deus fez o Preto e o Branco
   O Segundo que saiu do carro, era um homem belo, que aparentava ter seus 30 anos, ele vestia roupas elegantes e tinha cabelo comprido, vestia um sobretudo branco sobre a roupa, e o braço direito dele tinha a manga arregaçada para cima,  e nesse braço ele tinha 5 relógios de pulsos enfileirados, quando ele passou por Helena, ela soube que ele tinha visto ela ali também, mas não a olhou, e ela escutou vários “tic tacs” diferentes vindo de todas as partes do corpo dele. Eddon pareceu despreocupado e também o olhou com aquele brilho verde, mas a mulher gótica entrou na frente do Homem de Sobretudo Branco. E nada aconteceu... “O que esta escondido nas trevas, será trazido a luz
  Dentro da Wintershelf, O psiquiatra da instituição começou o que deveria ser um procedimento cirúrgico, limpou a cabeça de uma já quieta Nathalie com álcool, ela nem se moveu “Você pode fugir por um logo tempo”... Ele raspou com um barbeador o lado esquerdo de sua cabeça, seus cabelos loiros já curtos e falhos, agora não existiam mais no lado esquerdo de sua cabeça.
   Quando o terceiro homem saiu do carro, e se encaminhou para frente, Helena viu que ele já era um senhor de idade, com cabelo até os ombros e com uma barba crescida, que o deixava estranhamente elegante. Usava um terno impecável, e nada mais de estranho tinha nele, exceto o fato de que quando ele ia passar por Helena ele se abaixou, e a ergueu do chão... “Fugir por um logo tempo” Helena nunca esteve tão surpresa quanto naquele momento, desde que viu a coisa que a matou.
    Limpando novamente a cabeça de Nathalie ele percebeu o quanto ela era bonita, mesmo naquele estado, ela tinha uma pinta acima do lábio, no lado esquerdo, e tinha um rosto de anjo, mesmo naquela situação. Ele teve pena do que estava prestes a fazer, acabar com parte de seu cérebro de uma maneira bruta como aquela, para poder domesticá-la, a limpeza terminou... “Fugir por um logo tempo.
    Depois de erguer Helena, o senhor de terno, andou até a frente da mulher gótica, e do homem dos relógios, olhou para Eddon, e esse tirou as mãos do bolso e frustrado andou lentamente para a esquerda, através do jardim, até encontrar com as grades laterais da instituição psiquiátrica, chegando a elas, por ser magro Eddon, passou entre as grades, e depois desapareceu na escuridão da noite que acabará de cair. “Cedo ou tarde Deus o reduzirá
   Helena se sentiu imensamente feliz e tranqüila, Eddon, fugiu, ela achava que ele não mais voltaria, e esse foi uma das melhores coisas que aconteceram desde que ela morreu, os 3 foram em direção a recepção do Wintershelf, o senhor de terno foi na frente, os outros o seguiram, e depois de um minuto Helena também o fez... “Cedo ou tarde Deus o reduzirá
  O mais velho dos homens apresentou um distintivo a uma das recepcionistas, e ela o deixou entrar, era algo estranho aos olhos de Helena, “seria ele um tipo de policial ou algo assim?” foram os pensamentos dela, mas como um policial afugentaria um demônio como Eddon ela não sabia, muito menos o que um policial estaria fazendo com duas figuras no mínimo estranhas como o homem dos relógios, e a mulher gótica. “Vá e diga para aquele mentiroso de língua comprida” Agora que a recepcionistas os deixaram entrar, eles se encaminhavam para a direção da sala onde Nathalie se encontrava. Helena os seguiu, a mulher gótica olhou para trás e sorriu para ela, ela sorriu de volta.
    A furadeira estava ligada, o psiquiatra hesitou por um momento, não foi aplicada nenhuma anestesia em Nathalie, o psiquiatra não sabia porque estava fazendo isso desse modo... Ele se quer sabia o porque estava fazendo uma cirurgia, afinal, ele não era cirurgião, mas isso estava em sua mente, é melhor para ela, é melhor para o instituto... “Vá e diga para aquele cavaleiro da meia noite
    A porta foi batida com uma grande intensidade, o homem dos relógios tinha chutado ela, repentinamente o psiquiatra e as enfermeiras pararam de fazer a loucura que estavam fazendo, a gótica falou umas palavras em uma língua estranha, e todos caíram desmaiados no chão. “Tinha outro aqui, mais poderoso!” disse o mais velho e elegante dos dois homens. “Diga ao vagabundo, ao jogador e ao trapaceiro” Logo após isso ordenou que os outros dois erguessem o corpo de Nathalie, e a colocassem sentada, fecharam as portas e ele se sentou na cama em frente a ela.
   - Você esta em transe, mas tenho certeza de que você esta me escutando... Você não me conhece, e não deveria mesmo. Eles me chamam de Lux... E você vira para mim agora! – Disse o homem de terno, com uma voz firme, porém gentil.
    “Diga a eles que Deus os reduzirá
 Não ouve resposta da parte de Nathalie, ela continuava presa ao seu transe, ainda ouvindo a mesma coisa na sua cabeça, embora Lux soubesse que ela o escutava.
  - Existe algo... A Iniciativa Umbra, somos licenciados pela ONU, você conhece a UCT? Com certeza conhece, digamos que nos trocamos terrorismo por paranormalidade. – Continuou Lux, confiante de que estava sendo ouvido.
  - Descobrimos que você é sua amiga vem sofrendo ataques de Demônios poderosos... Não sei os interesses deles por vocês duas, mas nos temos os nossos, e viemos te recrutar. – E para terminar Lux disse – Você só tem duas escolhas na verdade, se une a Iniciativa Umbra, ou continua nesse hospício... Vai caçar os demônios? Ou deixará eles serem os predadores? O que me diz? – Concluiu Lux.
   -... Diga a eles que eu os reduzirei!!! – Respondeu Nathalie em um sussurro!  

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Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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