quarta-feira, 2 de dezembro de 2009


Para sempre


Hoje me perdi pelas ruas da cidade. Não sei o que queria encontrar ao certo. Sei que buscava um rosto, um único rosto. A busca era em vão. As pessoas refugiavam-se em suas roupas de frio, sob seus negros guarda-chuvas. E eu lembrava a chuva. Ah, a chuva que testemunhou tantas vezes nossas trocas de carícias, a cumplicidade sob os lençóis em tardes frias. Sim, amada. Mas foi a chuva também que testemunhou sua última tarde ao meu lado.
Tortura-me este passado. Lembrar que me deixaste para uma vida inteira apenas de saudade traz culpa. Culpa pelo ódio. Ódio de ter deixado você ter sido a primeira a enfrentar o sacrifício que é a morte.
- Não tenha medo... Estou bem... Estarei bem porque me amas...
E soltaste minha mão. Recordo bem, ainda que me entregasse ao martírio de perder-te. Quisera perder a razão. Quisera ser nobre como você foi... Quisera também acreditar que tudo um dia voltaria à paz.
Responda-me? Teria paz sabendo que sofro?
Egoísmo meu. Sou um monstro. Um monstro por odiar você na morte. Odeio-te por não poder voltar pra mim...
Mas serei nobre, ao menos uma vez. Procurarei também a minha paz. E quando alguém ler isto, eu já terei ido para seu lado. Para um sono mais que duradouro.

Amada, melhor fugir desta vida!
Texto escrito ao som de 'Ever' - Lacrimas Profundere

Um comentário:

Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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