Série: Filhos do Éden Vol.2
Autor: Eduardo Spohr
Editora: Verus
Páginas: 590
ISBN: 9788576862451
Sinopse:
Desde eras longínquas, os malakins,
anjos estudiosos e sábios, observam em silêncio o progresso do homem. Mas eis
que chega o século XX, e com ele as armas modernas, a poluição das indústrias,
afastando os mortais da natureza divina, alargando as fronteiras entre o nosso
mundo e as sete camadas do céu.
Isolados no paraíso, incapazes agora de
enxergar o planeta, esses anjos solicitaram a ajuda dos “exilados”, celestiais
pacíficos, que havia anos atuavam na terra. Sua tarefa, a partir de então,
seria participar das guerras humanas, de todas
as guerras, para anotar as façanhas militares, os movimentos de tropas, e
depois relatá-los a seus superiores alados.
Sob o disfarce de soldados comuns, esse
grupo esteve presente desde as praias da Normandia aos campos de extermínio
nazistas, das selvas da Indochina ao declínio da União Soviética. Embora muitos
não desejassem matar, foi isso o que lhes foi ordenado, e o que infelizmente
acabaram fazendo.
Repleto
de batalhas épicas, magia negra e personagens fantásticos, Filhos do Éden: Anjos da Morte é também um inquietante relato sobre
o nosso tempo, uma crítica à corrupção dos governos, aos massacres e
extremismos, um alerta para o que nos tornamos e para o que ainda podemos no
tornar.
Finalmente,
depois de quase dois anos esperando, pude ler a continuação da saga escrita por
Eduardo Spohr, que a cada obra se torna um símbolo na literatura fantástica
nacional. E posso dizer que esse tempo de espera valeu muito a pena!
Ainda
com seus já conhecidos e adorados (por muita gente) personagens alados, o foco
agora não está no paraíso celestial, mas sim no mundo dos homens, acompanhando
os tortuosos caminhos e atos de Denyel o anjo exilado, o “anti-herói” da saga —
personagem do primeiro livro da série Filhos do Éden: Herdeiros de Atlântida —, no período da Segunda Guerra Mundial até
a queda do muro de Berlim, numa espécie de flashback, transparecendo todas as
provações, ações, lutas, perdas e sofrimentos que ele teve que passar, se submetendo
a anjos arrogantes que procuravam compreender e entender mais os homens e a
forma como eles estavam se desenvolvendo, que não se preocupavam com os atos
que o grupo dos anjos exilados tiveram que presenciar e, pior, praticar no
curso das guerras que assolavam o planeta.
Ao
passo que no período atual, o livro também traz a busca de Kaira, Urakin e
Ismael (um antigo agente do arcanjo Gabriel) por Denyel — que se separou do
grupo durante a última missão —, passando por diversos locais atrás de um modo
de alcançar o parceiro perdido, torcendo que o mesmo se encontre vivo.
Sou
uma leitora de romances compulsiva, no entanto, não abro mão de um bom livro de
ação. Mas tenho que ser sincera e admitir que ao saber que grande parte da obra
retrataria o horror das guerras, conflitos e morte gerados por eles, fiquei um
pouco nervosa em ler Anjos da Morte,
pois nunca fui interessada em conhecer mais a fundo os atos bárbaros e sem
compaixão que os seres humanos praticavam contra seus semelhantes ao longo da
história. Até pensei em deixar de ler esse volume da saga e esperar o próximo,
mas não consegui suportar ficar sem saber o que acontecia na segunda fase da
série (muito menos esperar mais dois anos pelo próximo livro), assim fui com a
cara e coragem enfrentar a minha aversão a guerra.
Ainda
não aprecio o cenário de tantos massacres, mas posso dizer que a trama de Eduardo
Spohr continua cativante e inovadora. Principalmente agora, com aparição de
novos personagens que passaram pela vida de Denyel nos quarenta e cinco anos
que ele esteve atuando como anjo da morte, sendo que muitos deles provocaram sentimentos
novos nele, como a repulsa, a piedade, compaixão e o amor e sua intensidade; promovendo
a criação do Denyel retratado em Herdeiros
de Atlântica, com o seu modo “humano” e ríspido de ser, surpreendendo o
leitor com o querubim que é apresentado entre os anos 1944 a 1989.
“Denyel tinha suas virtudes e falhas e,
como a maioria dos anjos, estava longe de ser perfeito. Era um guerreiro nato,
determinado e feroz, nunca deixava um serviço incompleto, mas era também de
personalidade crítica, sarcástico e debochado, traços incongruentes com o que se esperaria de um soldado padrão. Seu
desencanto com a cisão dos arcanjos fora o que o estimulara a permanecer na
terra, a se tornar um exilado, já que ele não confiava no discurso de Miguel
nem era chegado à pregação dos rebeldes.”
(Pág. 402)
O livro, muito bem produzido, apresenta
mapas das regiões retratadas, lista de reprodução com músicas que aparecem ao
longo da narrativa, ótimo para quem ama ler ouvindo músicas como trilha sonora —
me encantei com a música ‘Nobody Does It Better’
interpretado por Carly Simon — e uma nota histórica comentando os lugares, as
batalhas entre outras informações que foram utilizadas na trama.
Terminado Anjos da Morte com aquele jeitinho de “continua no próximo episódio”
nos resta agora esperar (mais uma vez) o terceiro volume da saga, Paraíso Perdido para ter todas as
respostas que se acumularam ao longo dos dois livros anteriores, ansiosa pela conclusão desse épico cheio de reviravoltas.
E enquanto espero mais dois anos, vou ler de novo a série para passar o tempo.
Escrito por
Ana B.
Este, verdadeiramente é alimentado pelo escritor, e o cardapio é imenso, tem para todo tipo de leitor!
ResponderExcluirLuis leal