Resenha: Filhos do Éden - Herdeiros de Atlântida

Livro: Herdeiros de Atlântida

Série: Filhos do Éden Vol.1

Autor: Eduardo Spohr

Editora: Verus

Páginas: 476

ISBN: 9788576861416

Sinopse:

Há uma guerra no céu. O confronto civil entre o arcanjo Miguel e as tropas revolucionárias de seu irmão, Gabriel, devasta as sete camadas do paraíso. Com as legiões divididas, as fortalezas sitiadas, os generais estabeleceram um armistício na terra, uma trégua frágil e delicada, que pode desmoronar a qualquer instante.

Enquanto os querubins se enfrentam num embate de sangue e espadas, dois anjos são enviados ao mundo físico com a tarefa de resgatar Kaira, uma capitã dos exércitos rebeldes, desaparecida enquanto investigava uma suposta violação do tratado. A missão revelará as tramas de uma conspiração milenar, um plano que, se concluído, reverterá o equilíbrio de forças no céu e ameaçará toda a vida humana na terra.

Ao lado de Denyel, um ex-espião em busca de anistia, os celestiais partirão em uma jornada através de cidades, selvas e mares, enfrentarão demônios e deuses, numa trilha que os levará às ruínas da maior nação terrena anterior ao dilúvio — o reino perdido de Atlântida.

É iniciada uma nova aventura no mundo dos anjos guerreiros e criaturas infernais, criados por Eduardo Spohr. Totalmente distante dos personagens utilizados em A Batalha do Apocalipse, Filhos do Éden chega ao leitor com informações e acontecimentos na dimensão celestial antes da Guerra do Armagedon para saciar algumas perguntas que vinha instigando a curiosidade dos que leram o primeiro livro.

A nova série gira em torno de Kaira, um anjo que foi enviada para Terra com o objetivo de realizar uma missão. Mas algo dá errado durante a empreitada e ela desaparece da vista dos companheiros alados por muito tempo...

Agora sua mente não possui nenhuma lembrança de sua origem celestial ou do que aconteceu. Passando a viver como uma estudante em um universidade do Rio de Janeiro, ela não percebe que tudo que está vivenciando como humana é uma ilusão e que o inimigo está mais perto do que se imagina. Mas o surgimento de dois anjos; partidários do arcanjo Gabriel, Urakin (um querubim) e Levih (um ofanin); mudam totalmente — e novamente — o rumo da vida de Kaira, trazendo de volta à sua verdadeira natureza, mas sem a restituição total de sua memória. E com esses inesperados acontecimentos e situações de risco, Kaira conhece Denyel, um anjo exilado que não está muito entusiasmado de participar da missão, mas terá de cooperar para conseguir o que deseja.

Passando por diversos lugares do Brasil, esses anjos terão que enfrentar poderosos inimigos para evitar que uma catástrofe caia sobre os humanos e que a legião de anjos rebeldes sucumbam ao exército de Miguel; levando assim, ao fim dos dias dos seres  humanos.

Nesta nova saga, Eduardo Spohr se vale de personagens mais “humanos” para compor o enredo, com todas as qualidades e defeitos que se pode desenvolver pelo seu estilo de vida;  diferente de A Batalha do Apocalipse que possui heróis com valores morais inabaláveis, a personagem Kaira que teve a memória apagada, fica completamente confusa com a força dos sentimentos que experimenta no período em que passou como humana, afetando a sua percepção como agente celestial, mas sempre buscando fazer aquilo em que ela acredita. Há também Denyel, que subordinado as ordens do arcanjo Miguel, realizou vários atos horríveis contra inocentes, mas sem nunca desejar mal a ninguém. Com isso ocorre a “degradação” de seus valores, que o faz parecer um anjo cínico e sarcástico que não se importa com nada nem ninguém; mas ao decorrer da história, percebe-se que ele ainda deseja lutar  e escolher por aquilo que é certo.

Com esse “anjos humanizados” a história adquire um ritmo mais dinâmico, narrando desavenças sobre o modo de pensar e agir de cada um; diálogos tendo piadinhas recheadas de sarcasmo e aventuras com elementos fantásticos e pequenos toques de romance, já conhecidos pelo fãs de A Batalha do Apocalipse. Mas aos que não leram o primeiro livro do autor, não precisam se preocupar em não compreender a história, já que Filhos do Éden não é uma sequência de A Batalha do Apocalipse. Mas é quase garantido que os novos leitores desejaram ficar mais envolvidos nesse universo cheio de tramas e conspirações envolvendo os seres alados.