quarta-feira, 26 de abril de 2017

Queria ser mais inteligente

                  Imagem de love, book, and boy

 Eu queria ser mais inteligente. Algumas mulheres desejam beleza. Desde a fase da adolescência aos pequenos pés-de-galinha, isso é natural. A gente sabe que o físico é o primeiro atrativo. Ele chama a atenção de longe, deixa as pessoas com um brilho no olhar e tira, desconcentra o foco. Por vezes, ele tira o sono e você, quando já encantado, ao andar nas ruas, procurar uma pessoa tão parecida quanto àquela que você conheceu na noite anterior. E, assim, as mulheres querem ser para impressionar quem elas desejam.
 Mas, eu queria ser mais inteligente ainda. Eu até poderia desejar ser a mulher mais atraente de uma balada ou a que mais possui presença, mas meus planos se modificaram, pela primeira vez. Não é muito difícil me atrair por um homem culto, mas mais difícil ainda quando você deseja ser muito inteligente. É muito normal que a mulher deseje ser ou parecer sensual para quem ela tem olhos. Mas, quem quer parecer mais culta?
 Ser culta exige um esforço um tanto sobre humano; ainda mais quando o humano possui esse poder muitas vezes deseja. Profissionalmente, sim. Mas para atrair uma pessoa... Será que há amor ao primeiro conflito individual político?
 O princípio de tudo é surpreender. Só há aquela linha tênue em agradar a pessoa conversando sobre o que ela gosta ou o que você gosta mais do que ela mesma.
 Nunca presenciei troca de olhares em uma livraria meio vazia. Talvez, porque o olhar fica enterrado na página, mal olhamos para o outro lado. Mas, sim, o desejo de ser mais culta é maior que o físico. Podemos chamar este texto de sapiossexual. Talvez, seja isso mesmo que eu sou. E há poucos gatos pingados ao meu redor que compreenderia o que eu quero dizer. Mas, você compreende o que eu quero dizer? Quero dizer, você me acha culta? O que poderia melhorar? O que lhe agrada? Podemos falar sobre literatura? Shakespeare? Astronomia? Eu adoraria! A gente precisa nos encontrar para falar sobre essas coisas. Eu adoraria. Adoraria que me achasse inteligente. Isso é sexy, não é? Se não fosse, não teria me atraído por você.
 Como você consegue fazer as orações dançarem em sua boca de forma instigante? E quando faz graça, Pythonrismo? Eu queria ser mais inteligente. Não percebe? Eu gosto de inteligência mais que qualquer coisa.

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Entrevista com Marcelo Amaral







Fizemos uma entrevista com o escritor Marcelo Amaral ou Paladino Pirata, como é conhecido por seus fãs, para o extinto site Parada Literária. Como foi um prazer conversar com ele, deixamos aqui a entrevista, novamente, para vocês. Nascido no Rio de Janeiro, Marcelo é criador da Turma da Página Pirata, que protagoniza duas séries de livros: Palladinum- Pesadelo Perpétuo, uma história repleta de fantasia e A Máquina Antibullying, que é seguido por A S.U.P.E.R Gincana.

1) Quando surgiu esse sonho de ser escritor?
O meu sonho de me tornar um escritor nasceu de minhas tentativas de fazer histórias em quadrinhos quando garoto e também pela minha paixão por tudo ligado ao universo fantástico: HQs, livros, desenhos, jogos, filmes, séries… Minha infância nos anos 80 me permitiu curtir uma produção cinematográfica, televisiva e literária que dava muito espaço para a fantasia. Quando eu escrevo tento colocar um pouco dessa nostalgia no texto.

2) Você também desenha. Esse talento surgiu na mesma época de querer ser escritor?
Eu desenho desde muito pequeno. Lembro que eu criava e desenhava histórias em quadrinhos, mas tudo sem método algum, era puro “achismo”. Tanto é que dificilmente eu terminava essas histórias, pois tinha um bom começo, mas não sabia como desenvolver ou terminar. Só bem mais velho é que despertei para a escrita, depois de ler obras como Senhor dos Anéis e Harry Potter. Daí corri atrás de cursos e comecei a praticar, praticar e praticar...

3) Como é escrever livros para crianças e jovens?
Quando escrevo eu procuro não focar só no público infantojuvenil, pois acho que tem muito leitor adulto que também curte esse tipo de histórias. Eu mesmo me incluo nessa categoria! Gosto de escrever livros com os quais as pessoas possam se identificar, tanto com os personagens quanto com as situações. Os leitores jovens vão gostar pois estão vivendo a mesma fase e percebem que não se trata de uma história bobinha; já os leitores adultos lembrarão com carinho de suas aventuras na juventude. Costumo dizer que me espelho nos roteiros dos filmes da Pixar, que agradam e divertem as crianças, mas que não esquecem o público adulto em momento algum.

4) Como surgiu a ideia de criar a Turma da Página Pirata?
Tudo começou com a Pastilha e o Piolho, que nasceram antes mesmo da história de Palladinum, meu primeiro livro. Eu tinha a ideia de fazer um livro infantil sobre uma menina que vivia doente e um garoto que não gostava de tomar banho, mas esses personagens lutaram para estar na grande aventura passada na terra dos Sonhos e Pesadelos que eu também já vinha lapidando. Foi então que decidi criar uma turma de jovens no estilo Goonies, Os Karas (criação de Pedro Bandeira) e Caverna do Dragão. Assim nasceram Paçoca, Pimenta, Pinguim, Princesa e Peteca, cada um com sua própria personalidade e um papel importante na trama e dentro do grupo. A ideia de uni-los através de um jornalzinho escolar impresso me pareceu interessante justamente por ser meio nostálgica se pensarmos nos dias atuais onde tudo é digital e online.

5) Como escritor de aventuras fantásticas, como você vê esse gênero no Brasil?
O gênero Fantasia vem conquistando cada vez mais leitores no Brasil. Tanto é que muitas editoras vêm investindo em lançamentos e em trazer títulos internacionais. Infelizmente, muitos desses leitores ainda se mostram resistentes em conhecer os autores nacionais do gênero, torcendo o nariz até mesmo para os mais conhecidos e best sellers. Lembra um pouco o preconceito enfrentado pelo cinema nacional, onde muita gente assume que se foi feito aqui, é ruim. Mas essa é uma percepção que, felizmente, vem mudando.

6) Você acredita que as editoras dão muitas oportunidades à novos escritores brasileiros?
Isso varia muito de editora para editora. Muitas investem em autores nacionais e muitas só têm estrangeiros no catálogo. Acredito que se o autor tem talento, disciplina, humildade e faz um bom trabalho de divulgação de sua obra ele tem total condição de chamar a atenção de uma editora e conquistar o seu lugar. Recomendo aos novos escritores ficarem de olho nas seleções para coletâneas de contos. São ótimas oportunidades para quem quer ser publicado.

7) Suas duas séries possuem os mesmos personagens, porém temas um pouco diferentes, como a fantasia e o outro sobre bullying. Além dessa ligação que os livros possuem, quais outras?
Quem ler Palladinum e os dois livros da coleção da Turma da Página Pirata vai encontrar elementos de fantasia em todos os livros, ainda que no primeiro eles sejam muito mais evidentes. Afinal, uma máquina antibullying capaz de revidar xingamentos e transformar os alunos de uma escola em burros, baleias, elefantes e monstros é um plot de fantasia ambientado no “mundo real”. Mas em todos os meus livros eu coloco muito bom humor, aventura, amizade, família... Valores que não são colocados no texto para serem professorais, mas para completarem e enriquecerem a história.

8) Fale mais sobre o livro “Ser pai de menina é...”
Minha filha, Manuela, nasceu em 2014, no finzinho da Copa do Mundo. Quando ela completou 3 meses eu comecei a postar no Facebook tirinhas retratando os momentos lindos e apreensivos de ser pai de primeira viagem. Tudo com um olhar bem humorado, apaixonado e verdadeiro. A coisa fez um sucesso tão grande entre pais e mães do Brasil inteiro que acabou pintando o convite para fazer o livro. Fizemos uma seleção de 60 tirinhas para esse volume, que mostra o primeiro ano de vida da Manu. No livro a paternidade é mostrada com muita leveza, carinho e um toque nerd. É uma celebração às descobertas do universo infantil feita para homenagear filhas e filhos, mães e pais, avós e avôs, tias e tios… Fiquei muito feliz com o resultado e com a recepção carinhosa de quem já leu.

9) Você pensa em algo além dos livros e as tirinhas, como algum desenho para YouTube?
Já pensei em expandir a “Turma da Página Pirata” e o “Ser Pai de Menina é” para outras mídias sim, como quadrinhos, aplicativos e desenhos. Quem sabe um dia? ;)

10) Para os jovens que pretendem ser escritores ou desenhistas, qual conselho você deixa?
Eu acho que eles devem ler muito, sobre tudo, e experimentar todos os gêneros literários até encontrar aquele com o qual se identificam mais. Será bem mais fácil para o iniciante escrever o primeiro livro sobre algo que ele gosta ou conhece bem. E escreva. Escreva muito! É como andar de bicicleta, quanto mais a gente treina, melhor fica. Com a escrita não é diferente. E com desenhos também. Pratique sempre!


Quem quiser adquirir as obras do autor, pode encontrar em ebook pela Saraiva ou Amazon e os livros também pela Saraiva e Livraria Cultura.


Para quem quiser entrar em contato com o autor:
Site: http://www.paladinopirata.com.br/
Twitter: @paladinopirata
Email: marcelgomprime@gmail.com

Foto via site do autor.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Resenha: Paixão Sem Limites

Nome: Paixão Sem Limites
Série: Sem Limites
Autora: Abbi Glines
Editora: Arqueiro
Páginas: 184
ISBN: 9788580412208














Sinopse:
Blaire Wynn não teve uma adolescência normal. Ela passou os últimos três anos cuidando da mãe doente. Após a sua morte, Blaire foi obrigada a vender a casa da família no Alabama para arcar com as despesas médicas. Agora, aos 19 anos, está sozinha e sem lugar para ficar. Então não tem outra escolha senão pedir ajuda ao pai que as abandonara.
Ao chegar a Rosemary, na Flórida, ela se depara com uma mansão à beira-mar e um mundo de luxo completamente diferente do seu. Para piorar, o pai viajou com a nova esposa para Paris, deixando Blaire ali sozinha com o filho dela, que não parece nada satisfeito com a chegada da irmã postiça.
Rush Finlay é filho da madrasta de Blaire com um famoso astro do rock. Ele tem 24 anos, é lindo, rico, charmoso e parece ter o mundo inteiro a seus pés. Extremamente sexy, orgulha-se de levar várias garotas para a cama e dispensá-las no dia seguinte. Blaire sabe que deve ficar longe dele, mas não consegue evitar a atração que sente, ainda mais quando ele começa a dar sinais de que sente a mesma coisa.

Um romance entre um badboy conquistador e uma garota inocente. Dessa mistura sempre surge um romance intenso, com seus altos e baixos que dificultam o relacionamento do casal. Fornecendo reviravoltas em meio ao romance. Esse é o tema central de Paixão Sem Limites. Uma nova série para a categoria de New Adult lançado no Brasil pela Arqueiro.
Sendo um pouco diferente de outros livros do gênero, essa obra não trás jovens tentando descobrir seu caminho, mas sim jovens que sabem o que querem e vão em busca disso.
E esse é caso da personagem principal Blaire, que desde a primeira página é possível perceber como ela é forte, decidida e independente, não sendo nenhuma garotinha indefesa — de indefesa ela não tem nada, pois até sabe atirar — aprendendo assim a se virar sem ajuda. Ainda mais apartir do momento que teve que abrir mão de tudo, da sua vida social, namorado e os estudos para cuidar da sua mãe doente.
Mas tudo desmorona depois do enterro da mãe. Sozinha, sem casa, e sem ninguém, Blaire não tem opção a não ser engolir o orgulho e pedir ajuda ao pai, que a abandonou após a morte de sua irmã gêmea. Decidida a não ficar por muito tempo, somente o bastante para conseguir juntar dinheiro e seguir com a sua vida longe da nova família do pai.
Chegando em sua “nova casa” ela não se surpreende com a noticia de que seu pai viajou com a esposa; mas sim com a noticia que teria que conviver com o filho da sua madrasta, Rush Finlay.
Rush Finlay é o tipo de homem que é o sonho de toda mulher, mas que nunca deve se tornar realidade. É um jovem que só pensa em se divertir com festas, levar uma mulher diferente para sua cama a cada noite e não se preocupar com mais nada. Com o surgimento de Rush na história, as palavras que vieram a minha mente para defini-lo eram safado e cafajeste. Ele é um badboy completo. Que tornará o período de Blaire na Flórida um grande desafio e uma experiência inesquecível.
Morando com um homem como Rush Finlay, não é surpresa que Blaire desenvolvesse uma atração por ele (só é um pouco ruim ele não parar de ficar com várias garotas, mulherengo até o fio de cabelo, mas muito lindo). Ele também sente algo muito forte em relação a ela, mas tenta com todas as forças se manter longe por causa de um segredo do passado.

“— Eu já fiquei com muitas meninas Blaire. Acredite, nunca conheci nenhuma tão perfeita quanto você. A inocência nos seus olhos grita para mim. Minha vontade é tirar cada centímetro das suas roupas e me enterrar dentro de você, mas não posso. Você me viu hoje mais cedo. Eu sou um filho da puta doente e pervertido. Não posso tocar em você.”
(Pág.63)

“— Blaire, eu não sou um cara romântico. Não beijo e fico abraçadinho. Para mim, tudo que importa é o sexo. Você merece alguém que beije e fique abraçadinho. Não eu. Eu só trepo, gata. Você não foi feita para alguém como eu. Eu nunca neguei a mim mesmo nada que quisesse, mas você é doce demais. Desta vez tenho que dizer não a mim mesmo.”
(Pág.73)

Analisando melhor a história, se vê que Rush não é uma pessoa ruim. Ele gosta mesmo de viver de modo despreocupado e com tudo de bom se pode conseguir. Literalmente goza dos prazeres que surgem. Mas é possível ver que ele é um pouco sensível e que se preocupa com o bem estar de Blaire.

“Até que ele estava sendo educado. Pelo menos não estava me evitando. Por mais bobo que parecesse, eu queria a sua atenção. Sentia uma atração por ele que não conseguia explicar. Quanto mais ele mantinha distância, mais eu queria me aproximar.”
(Pág.41)


Com a convivência, os dois acabam se identificando por causa do ódio que sentem pelo pai de Blaire, permitindo que ela fique até conseguir arrumar um emprego e se mudar.
O começo é difícil, principalmente para a Blaire, que tem que encarar um universo muito diferente do seu. E te que suportar as festas que viram a noite e também todas as mulheres que Rush "usa".
Duas pessoas totalmente diferentes; mas que depois de um tempo conseguem se entender e virar quase amigos... e também desenvolver algo mais.

“O mais inteligente seria me afastar e mantê-lo a distancia; Rush não era nem jamais seria o Príncipe Encantado de alguém. Eu não podia me permitir pensar que ele era o homem que iria me amar e me proteger. Ele nunca seria esse cara. Só que o meu coração já tinha se afeiçoado um pouco a ele. Não que isso fosse durar para sempre, mas nesse instante eu quis que ele fosse o meu primeiro. Não seria o meu último, seria apenas uma etapa no caminho da minha vida, etapa que eu talvez nunca viesse a esquecer ou superar. Era isso que mais me assustava: não ser capaz de seguir em frente.”
(Pág.117)

O livro não possui muitas páginas e a linguagem simples faz com que a leitura seja mais dinâmica e rápida, eu acabei com o livro dezessete horas depois dele ser entregue...
Um dos pontos negativos do livro é o uso de palavrões no dialogo. Esse recurso se encaixa bem no New Adult, pois se aproxima da linguagem dos jovens. Mas ao mesmo tempo o dialogo é prejudicado pelo uso dessas expressões passando um aspecto de vulgaridade e perversão em certos momentos. Pondo em risco uma descrição ou fala de caráter romântico.
Esse livro foi cortesia da Editora Arqueiro, e no momento em que eu recebi eu não larguei ele. Chegou na parte da manhã e acabei por volta das duas da madrugada (dormir para que, né?), e desde então estou louca para conseguir o próximo volume Tentação Sem Limites.

Perdida - Carina Rissi



Livro: Perdida — Um Amor Que Ultrapassa As Barreiras Do Tempo
Autora: Carina Rissi
Editora: Verus
Páginas: 362
ISBN: 9788576862444













Sinopse:
Sofia vive em uma metrópole e está habituada com a modernidade e as facilidades que isso lhe proporciona. Ela é independente e tem pavor à menção da palavra casamento. Os únicos romances em sua vida são os que os livros lhe proporcionam. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove, sem ter ideia de como voltar para casa – ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida moderna. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos...
                                                                                                     
Adoro o gênero chick-lit. Um gênero totalmente voltado para o universo feminino, focando nas questões e problemas das mulheres contemporâneas, que mostra a vida, a amizade e o amor com pitadas de comédia na mistura e conseguindo manter a leveza na leitura. E agora a nova referência desse estilo de escrita no Brasil, é a autora Carina Rissi.
Perdida é seu primeiro livro, originalmente publicado por outra editora, mas que devido ao grande sucesso que conquistou, dentro e fora do país, foi relançado recentemente pela editora Verus.
A história, no inicio, parece apenas o relato do cotidiano de Sofia, uma jovem mulher de vinte e quatro anos com uma vida comum. Vivendo em um pequeno apartamento e com um trabalho onde ela não suporta o seu chefe. Tendo uma melhor amiga que está sempre ao seu lado para o que der e vier; e ela possui uma grande descrença em relação ao amor, e principalmente a instituição do casamento.
Mas sua vida dá uma reviravolta por causa de uma grande trapalhada dela, ocorrendo um pequeno acidente, que a obriga a comprar um novo celular, o que não foi difícil (só um pouco caro). O único problema é que o novo aparelho acabou levando ela para o século dezenove. Uma época que não é nada fácil para uma pessoa que parece não viver sem computador, celular, micro-ondas e entre outros bem conhecidos aparelhos tecnológicos, como Sofia estava acostumada.
Ao menos ela tem a sorte de encontrar — no meio dessa situação maluca —Ian Clarke, que está disposto a auxilia-la,  e que literalmente veio em sua direção montado em um cavalo.

“— Ele sorriu mais uma vez. Pensei com amargura que era uma pena as pessoas de hoje não serem mais assim, não sorrirem com tanta facilidade, como Ian fazia. Se bem que, pelo menos naquele momento, Ian era ‘as pessoas de hoje’.”
(Pág.60)

Ele é muito diferente de Sofia, tradicional, simples, com valores morais “rígidos” e muito bonito, que no principio não a compreende com seu jeito de falar, seus modos e seus costumes tão diferentes, mas que foi atraído para ela no instante em que a viu.
E ele é única pessoa que pode ajuda-la nessa situação. Mesmo não podendo contar tudo o que sabe sobre o que aconteceu (mesmo que ela entendesse o porquê de ir parar no ano de 1830). Agora ela tem que se desdobrar para conseguir achar o caminho de volta para casa e para o seu século. Tentando não se meter em confusão.

“Eu já havia desejado um homem, sabia como era a sensação. Já até tinha satisfeito esses mesmos desejos, mas sempre no controle, sempre consciente do que fazia. O que eu sentia agora era totalmente diferente. Muito diferente. Era como se cada célula do meu ser quisesse se grudar a Ian, como se ele fosse um imã superpotente, usando sua força em carga máxima, e se eu fosse revestida de metal. Impossível escapar ou resistir.
E pela primeira vez eu não soube o que fazer na presença de um homem.”
(Pág.134)

Só que confusão é uma das especialidades de Sofia, então ela vai virar o século dezenove e ela mesma de pernas pro ar para voltar a sua antiga e confortável vida. O que ela não desconfia que o que precisava durante a vida toda estava tão longe dela. E quando estiver perto ela só perceberá depois de muitos sinais, brigas e beijos.

Quem terminar de ler essa obra e apreciar o estilo da autora, já pode aproveitar o segundo romance dela Procura-se Um Marido.

Resenha: Esc@ndalo

Nome: Esc@ndalo
Autora: Therese Fowler
Editora: Novo Conceito
Páginas: 384
ISBN: 9788581633176







Sinopse:
Quando o pai de Amelia proibiu que ela namorasse meninos como Anthony — sem pai, sem dinheiro, sem tradição —, ele se tranquilizou, afinal, confiava na filha acima de tudo... Mas dois jovens apaixonados certamente não se deixariam abater pelas convenções, ainda mais quando tudo se pode viver no mundo virtual, através de mensagens pelo celular. Envolvidos demais, Amelia e Anthony acabaram trocando mensagens de amor muito particulares, mas que acabaram expostas.
Na confusão entre os limites do que é público e do que é privado, os namorados ultrapassaram a linha da segurança e viram suas vidas destruídas.
Inspirada pelos eventos que afetaram a vida de seu próprio filho, Therese Fowler apresenta-nos um romance jovem e atual, com todas as possibilidades e perigos que são, agora, uma parte inevitável de nossas vidas high-tech.



É bem provável que você, leitor, esteja lendo esta resenha ao mesmo tempo em que navega no Facebook, atualiza seu status no Twiter vê os novos posts de seus amigos no Instagram, e ainda bate papo no Whatsapp com uma ou mais pessoas; pulando de uma tarefa para outra muito rápido e incrivelmente conseguindo assimilar tudo.
Hoje em dia manter-se conectado se tornou uma tarefa cada vez mais fácil, com os celulares se transformando em super eletrônicos que com o tempo se tornaram capazes de fazer as coisas do cotidiano se tornarem simples, usando somente um clique.
Como consequência, expomos nossas vidas nas redes sociais sem parar para pensar no efeito de nossas ações, que pode nos afetar no futuro.
O livro da vez, Esc@ndalo, me fez parar um momento e refletir em como nossa vida virtual pode se tornar um pesadelo de uma hora para outra. Quando vi o livro exposto na livraria e li na capa a sentença: “um Romeu e Julieta de nossos dias” eu comprei na hora. Pensando no belo romance com alguns obstáculos, imaginei que seria como todos os outros livros do gênero romântico; previsível (mas que mesmo assim não consigo deixar de lado). Só que o que me surpreendeu foi a situação vivida pelo casal protagonista, tanto pela gravidade como a questão tão atual que os jovens de hoje encaram.
Amelia e Anthony ficaram juntos por conta do destino e pelo amor pelas artes dramáticas. Mas pertencendo a uma família com recursos, o pai sempre procurou decidir o que era melhor para filha, sem nem ao menos descobrir o que ela desejava. Ele é o típico pai superprotetor e controlador, que planeja tudo da vida da filha. O que não suspeitava, é que Amelia, apesar de sempre obedecer  e ser uma boa menina,  tirar boa notas e seguir os desejos do pai, tinha  planos bem diferentes para o seu futuro, ao lado de Anthony, guardando-os até que pudesse atingir 18 anos e trilhar o seu caminho. Tendo o sonho de fazer parte do mundo do teatro e da música.
Anthony é um rapaz simples e de bom caráter que mantém uma ótima relação com a mãe, ele é inteligente, criativo e bom aluno. Se apaixonou por Amelia mesmo sabendo dos riscos e dificuldades de manter um relacionamento em segredo da família dela.


“Amelia fazia coisas com ele, com seu cérebro, com seu coração, que nenhuma garota fizera antes. Ela conseguia deixá-lo literalmente atordoado só por estar perto o suficiente para ele para ele poder sentir seu cheiro. E seu desejo — bem, bastava dizer que comprovara como funcionava bem a teoria do banho frio. O pior de tudo era também o melhor de tudo:ainda que a ideia o assustasse — como poderia acontecer tão cedo e tão rápido? —, ele sabia que encontrara sua alma gêmea e que sua vida, desde o momento em que pusera os olhos nela, a ela pertencia.”
(Pág. 51)


Como todo casal apaixonado, os dois jovens se encontravam as escondidas e com o auxílio de mensagens de texto e de emails sempre podiam manter contato. Só que, talvez por conta do amor e desejo eles não pensaram que uma demonstração de carinho e paixão pudesse trazer tantos inconvenientes aos dois.
E então aparece o obstáculo que o casal enfrenta na história. O pai de Amelia encontra no notebook da filha fotos “explicitas” de Anthony  e o denuncia alegando que o rapaz seja um pervertido, um perigo para sua filha. Mesmo alegando que ela pediu as fotos de livre e espontânea vontade. O pai se negava de ver que sua filha não era tão inocente e coloca toda a culpa em Anthony, utilizando seu poder e contatos para prender o rapaz. E agora ambos terão que encarar um processo judicial a respeito de algo que dizia respeito somente aos dois mas que por conta da tecnologia se tornou algo público (e em um crime).


“— Bem, para começar, sua mãe deu uma boa ideia da situação quando marcou esta reunião, e eu tenho algumas anotações sobre o caso, mas por que não me conta tudo desde o princípio. Como conseguiu ficar do lado errado em relação a Harlan Wilkes?
(...)
— Eu acabei ficando do lado errado em relação a ele por que me apaixonei por sua filha — disse ele.
— Isso — disse a advogada — vai ser uma coisa bem difícil de consertar.”
(Pág.158)


“— As fotos são minhas, papai — dissera ela, para ser clara. — Fotos que tirei de propósito, de bom grado, por ideia minha, e enviei para ele.
Ele já estava pálido, mas se tornara ainda mais pálido com sua revelação.
— Quando tudo isso acabar — respondera ele —, quando eu conseguir resolver tudo, você pode estar certa de uma coisa: você nunca mais verá aquele rapaz de novo. Eu não quero ser rude com você, Amelia, mas, por Deus, não vou deixá-lo arruinar sua vida.
— Ele não faria isso, mas não importa. Você já fez isso — disse ela.”
(pág.221)


No meio de tantos problemas, o leitor só pode esperar que os dois não acabem como o casal trágico Romeu e Julieta de William Shakespeare.
O livro não possui muita profundidade na sua escrita,  e se prende muito ao processo criminal, dando a parecer que o desfecho da trama ficasse em segundo plano, mas o assunto e a leitura leve são ótimos para suspirar, relaxar e talvez refletir um pouco sobre as armadilhas ocultas da Internet. Esc@ndalo retrata uma história de ficção com um fundo real, que pode ser útil para conscientizar as pessoas de seus modos no mundo virtual.
Os jovens devem ficar atentos ao perigo que estão expostos por divulgar certas coisas e informações particulares, na internet, não se referindo apenas ao sexting (que se trata do envio de fotos e/ou conteúdo impróprio ao parceiro via mensagem) mas a tudo que se faz na internet, que pode ser usada por pessoas má intencionadas.
Por isso, antes de clicar no botão Publicar pare e pense no que está prestes a publicar. Reflita se não terá consequências negativas no futuro.



 Escrito por Ana B.

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