sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Desejo...
"Primeiro a respiração ofegante começa a invadir o pescoço levianamente se misturando ao seu calor, ao seu perfume e ao seu suor. Bem devagar os corpos começam a se apresentar. Mostram-se passivos e lascivos, encaixam-se, mostram-se donos e subordinados ao silêncio e à solidão que preenchia as lacunas sugestivamente profanas do momento. As bocas começam a se iludir permitindo mergulhar no sabor profundo do beijo. Movimentos delicados existentes invadem as mentes pervertidas no momento a ponto de levarem elas a transcenderem o irreal; a sincronização exalada é totalmente perfeita como também perigosa, além de excitante. Na sala há apenas uma coisa: indivíduos presos à liberdade. Um deles arriscou puxar o outro pelo quadril para mais perto ignorando os olhares atentos das paredes, naquele momento os sexos acabaram de se conhecer, exaltaram-se, desejaram-se, imploraram um pelo outro. Continuaram a dançar. Eles tentaram insistentemente ignorar o desejo, ignorar o vislumbre que causavam aos olhos um do outro, o calor que se causavam devido ao vinho tinto seco, o fechar de olhos e o gemido involuntário ocorrido que ainda ecoava entre as quatro paredes daquele lugar. Eles continuavam a dançar e imploravam para que o desejo sucumbisse suas almas, que o pecado de amar fosse a única coisa que os completasse, que os incriminasse, que fosse a única coisa que pudesse arrancar-lhes a vida, o ar, os corações e que os mandasse até mesmo para o inferno se esse fosse o preço. Eles só queriam estar cheios do sentimento que os alimentava lentamente e que os tornava dependentes a cada segundo, a cada momento em que eles ignoravam o apelo singelo de suas almas pedindo para se afastarem. Só se deixavam contaminar pelo fogo, deixavam-se queimar excessiva e compulsivamente os corpos, as línguas, as salivas, os sexos e as vontades. Conheceram-se então em cada toque, em cada olhar de volúpia lançado, em cada respiração ofegante sentida por ambos. Conheceram-se tanto que ficaram se amando daquela forma até atingir o ápice do capricho humano, deixaram-se ser engolidos pelo lado mundano que havia dentro deles e se perderam no horizonte de seus sentimentos insaciados. Os corpos insensatos continuavam a se querer, a se exigir, e as malditas aspirações se deixavam e se doavam, continuavam assim dando continuidade à brasa lasciva que os dominava, que os enchia de fome pelas línguas, pelas salivas, pelos sexos e pelas vontades.”
Isllane Letícia Rodrigues Barboza
Um comentário:
Mundo Leitor
É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração
Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção
Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir
Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!
Autora: Dâmaris Góes
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Uau!
ResponderExcluirÉ bem diferente de todos os textos que li por aqui...
...Parabéns!!
bjinhos
Andreia
@_audray_