― Depois de correr por horas, ainda com o coração disparado a subir pela garganta, bufando entre resmungos sinto algo me chamar na escuridão, mas não chama com sua voz... É mais como um feromônio lançado ao acaso no ar para o primeiro que aparecesse... Até pensamentos me virem aos montes, - morte? ―coisas que fiz ― mate! ― coisas que não devia ter feito, ― mate! Agora!!― mas fiz. Maldito seja todo aquele que troca o sabor de uma fruta fresca por meia porção de facas cegas ― não, foi um acidente e... ― Não, não foi ―ainda aquela tentação na penumbra me vislumbra, como se o mais doce dos perfumes visse de lá ― mesmo que tenha sido não foi um erro meu, o erro foi seu― não! Não seria um erro se eu não o tivesse feito.
― está errado.
― cale essa sua maldita boca e volte para onde veio!
― não foi um erro...
― foi uma faca, um...
― momento de...
― devaneio, de...
― alucinação.
― maldito seja todo aquele que troca uma doce palavra por meia porção de facas cegas ― nada de mal pode acontecer ― mesmo tentado por aquela chama negra que escurecia meu caminho, volto a tentar me recompor, ― desista! ―volto à luz então, mas lá tudo o que vejo são poucas frestas de luz que eles jogam em mim e vêem como uma chuva de flechas. Maldito seja todo aquele que troca todo o seu futuro por poucas de facas cegas.
[... E é assim o tempo todo, em todos os lugares]
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Correr os riscos e os medos, todos, sem eles o que seria da vida?!
ResponderExcluirUma boa semana!
nuss...
ResponderExcluirdiferente e muito interessante.
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