domingo, 6 de junho de 2010

Despedidas...

Não consigo aprender a soletrar um adeus ao pé do ouvido e é tão difícil aceitar um último abraço.
Desisti de tentar compreender essas despedidas que alimentam minha rotina.
Que espécie de dor é esta que sufoca a minha voz e limita os meus gestos após um último aceno?
Eu não posso compreender estes sorrisos embaraçados e procuro ignorar o sabor ácido que transborda dos olhos e encharcam minha face.
Quero tudo daqui e de lá, juntos em um tempo só.
Quero o cheiro doce daqui e os livros empoeirados de lá. Ficar aqui é viver sem ter planos e tomar chuva sem sentir frio. Mas, melhor ainda é ir e poder voltar quando eu quero.
Quero carregar o carinho que preenche o inverno daqui, enquanto eu vôo a liberdade de lá. Queria poder dar férias aos ponteiros do relógio, porque, quem sabe assim se perdiam de mim e se esqueceriam de exclamar que é chegada a hora de partir. Mas eu ainda não encontrei as chaves que abrem aquele rústico e velho relógio pendurado no centro da parede.
Agora, os ponteiros alcançaram a minha hora, preciso partir. Eu vou, mas ainda volto.


Grafite

4 comentários:

  1. A sua escrita é fantástica. Parabéns.
    Quanto às despedidas, não as valorizes, antes comemora os reencontros :)

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  2. A sensação de ser o último encontro é terrível...
    Muito bom o texto, flui suavemente e tem bastante sentimento.

    ResponderExcluir

Mundo Leitor

É um mundo de palavras
rimadas ou não
pensadas, faladas
escondidas no coração

Mundo que é mágico
faz ser real a imaginação
Mundo que sonhei
E cantei numa canção

Mundo que é capaz
de me tirar daqui
Mundo que me dá paz
Pra dentro de mim posso fugir

Neste mundo me encontro
E as palavras me fazem um favor
Aqui eu sempre viverei
Aqui é o meu Mundo Leitor!


Autora: Dâmaris Góes

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