A vida com outros olhos

Prefácio

Sabe, quando eu nasci minha mãe morreu no parto, e meu pai de tanta tristeza, de ao mesmo tempo perder minha mãe e saber dos médicos que eu era cego, suicidou-se e como meus avós maternos e paternos nunca foram vistos na cidade de São Paulo ou em qualquer outro lugar onde meus pais moraram, fui dado como órfão, é... Que recepção calorosa a vida me preparou. Da minha juventude á adolescência morei em um orfanato no centro da capital paulista, passei por muita coisa lá, quando ouvia os meus colegas brincando a um dia de sol e eu tinha de ficar dentro do prédio, até podia sair e tomar um pouco de sol no rosto, mas dias de sol eu podia aproveitar, os que me incomodavam estavão lá fora brincando de bater em outras crianças. Ao todo não tinha muitos amigos por ser cego e um pouco arisco... As pessoas não gostão de gente arisca. Mas é ai que entra Daniela. Daniela sempre me ajudou e me fazia companhia nos dias de sol. E quando completamos dezoito anos ela não se esqueceu de mim, foi quando saímos do orfanato. Basicamente não tinha para onde ir, muito menos onde morar, hilário não? Um cego sem ter para onde ir ou morar perdido na selva de pedra que é a cidade de São Paulo. Mas Daniela que fora tão amiga e companheira na juventude e adolescência, não me abandonou neste momento difícil, ela me convidou a ir com ela, e eu confiei nela cegamente. Mas é ai que começa a história.