Exilado

Capitulo 1

Pesadelo

Quatro anjos me segurando,um para cada membro meu. Estou sendo levado pra minha punição. Mas o que eu fiz foi tão errado assim para os olhos de meu Pai? A ponto dele me tirar tudo que mostra que sou um de seus filhos alados?

Sou posto numa mesa de mármore,meus braços e pernas são presos com correntes douradas,fui acorrentado com as costas para cima. Todos eles me assistem sendo preparado para o castigo,meus irmãos alados me olham com desprezo,vejo que alguns estão carregando as cicatrizes deixadas pela minha espada. Então vem Zael o anjo juiz,alto,com seus cabelos longos e pretos e seus olhos brancos como os olhos de qualquer anjo. Ele começa falar o meu crime e diz que eu fui contra o Pai,então diz minha sentença com sua voz que atravessa o salão como um trovão no céu:

-Você irmão,será condenado a esquecer o próprio nome! Perderá as três coisas que te identificam como filho alado do Pai,comecem o castigo!

Com isso três anjos se aproximam de mim,o primeiro é Oberon,que tem seus cabelos lisos e vermelhos,e uma aparência que poderia ser de um rapaz de 15 anos,mas carregando uma cicatriz em seu rosto que vai do seu olho esquerdo até a sua boca. Dá para sentir seu ódio por mim,porque fui eu que o marcou com ela. Ele chega perto de mim,saca sua espada que brilha tanto quanto um diamante. E com um ataque preciso e rápido,decepa minhas asas sem piedade e diz:

-Suas asas, você acabou de perder.

Não consigo ver minhas costas,mas sinto a dor me cortando e sinto meu sangue escorrendo pela mesa. Então vejo Bori se aproximar e tomar o lugar de Oberon,com sua calma expressão no rosto, e seus cabelos curtos e revoltos, doirados como as correntes que me prendem,ele lava suas mãos,abre minha boca e enfia seu braço dentro dela,a agonia toma conta de mim,finalmente ele arranca uma esfera de luz que saiu do meu coração e que ilumina seus braços que carregam vários cortes,resultado de nossa batalha. Quando vejo a esfera de luz sei o que ela é,mas a voz de Bori faz questão de confirmar e igual Oberon ele fala:

-Seu nome,você acabou de perder.

Com um vazio no peito e sangue na boca, vejo o meu terceiro carrasco se aproximando para me castigar ,Amon, um anjo de pele morena que no lugar da orelha esquerda,uma feia cicatriz carrega,que também foi obra minha. Ele chega bem perto de mim, com a minha espada em suas mãos. E a crava num estandarte na frente da mesa de mármore a 30 centímetros de mim,faz isso com tanta raiva que o som emitido pela espada faz todos os anjos se arrepiarem. Saca sua espada que brilha tanto quanto a de Oberon,a levanta por cima de sua cabeça e invoca a força do Pai que manda um raio certeiro em minha espada e a quebra em incontáveis pedaços na minha frente. E o terceiro anjo como nossos outros dois irmãos confirma com palavras outra coisa que eu acabei de perder,dizendo:

-Sua espada,você acabou de perder.

Com lagrimas nos olhos e o corpo seriamente mutilado e dolorido,eu assisto os três chegando perto de mim,seus passos ecoam pelo ambiente,lentos e calmos. Suas espadas acendem como três estrelas tão quentes quanto o Sol,seus rostos são iluminados pelo fogo divino que sai delas. Então sem piedade e sem dizer nenhuma palavra eles começam a gravar o relato desse castigo na minha pele com o alfabeto que só seres do outro mundo conseguem entender, e eu,no auge da minha triste agonia,nos meus últimos segundos no céu, só consigo gritar,porque a dor é colossal. E a frase de dor sai da minha boca:

-É insuportável!

Acordo suado,no meu quarto que eu conheço bem,na minha cidade que eu vigio,com minhas marcas que já tem séculos. Era apenas outro pesadelo,todas as vezes que durmo sou atormentado por algum. Acho que é o céu que não quer que eu algum dia esqueça o preço de não concordar com os anjos.

Continua...