AMOR, ERA UMA VEZ

AMOR, ERA UMA VEZ
Poema enviado por: JANE. 8.8.09

AMOR , ERA UMA VEZ, 8.8.09

ESTAVA SENTADA A BEIRA DO PORTÃO,
PASSOU POR MIM UM LINDO HOMEM,
ESTAVA DE PÉS NOS CHÃO.

ERA UM SUJEITO SEM DINHEIRO,
VIVIA ASSIM DE PORTÃO EM PORTÃO.
ESTAVA FEIO E MALTRATADO,
POBRE DE FAZER DÓ DE MONTÃO..

NINGUÉM PERCEBIA, SUA EUFORIA,
PASSAVA ATÉ FOME,
ISTO NÃO ERA MENTIRA,
TINHA PERDIDO A MEMÓRIA,
NÃO SABIA PARA ONDE IA.

CHEGOU PERTO DE MIM,
E MUITO TRISTE FALOU,
DIZENDO QUE QUERIA UM POUCO ALIMENTOS,
HAVIA DIAS QUE NÃO COMIA..

DISSE QUE TINHA FAMÍLIA,
MAIS NÃO SABIA AONDE ENCONTRA-LOS,
ESTAVA A PASSAR OS DIAS,
POR TODAS AS RUAS DO BAIRRO.

MAIS A TODOS ELE ASSUTAVA,
NÃO TINHA DENTE, NEM AGASALHO,
NÃO TINHA SAPATOS,
NEM SABIA QUE DIA ESTAVA.

PASSARAM –SE OS DIAS,
NINGUEM COM ELE FALAVA,
ELE FAZIA PARTE DE UM CENÁRIO,
PARECIA QUE IA PARA O CALVÁRIO;

E VENDO ELE..DAQUELE JEITO,
EU PENSEI NUM MELHOR CAMINHO,
AJUDA-LO SERIA UMA FANTASIA,
ELE VIVIA NUM CASULO,
LÁ NA BEIRA DO CAMINHO.

TINHA POR ABRIGO
UMA CAMISA RASGADA,
E POR IDEOLÓGIA,
O CALOR DO SOL, O CALOR DO DIA.

MAIS NESTE EXATO MOMENTO,
ENTREI EM ETERNO TORMENTO,
DEI A ELE UMA SACOLA,
UM SABONETE E UMA TOALHA,
PARA ELE SE BANHAR.
LÁ NA BEIRA DO RIO.

E POR UM ETERNO MILAGRE,
QUE A NATUREZA PREPAROU,
NO OUTRO DIA ELE APARECEU
SORRINDO E COMIGO FALOU.

PEDINHO UMA ESCOVA
PARA PENTEAR OS CABELOS,
COMO PODE FICAR ALGUÉM
NESTE ESTADO DE TANTA SELVAGERIA.

SÒ PODIA SER ALGUMA COISA ARREDIA,
O TEU LAR ELE PERDEU,
AS TUAS AMIZADES SE FORAM COM O TEMPO,
E AGORA RESTAVA APENAS UMA ESMOLA
PARA A FOME SACIAR.

TINHA UM JEITO DEZENGONÇADO,
MAIS TINHA OS OLHOS AZUIS,
ATÉ TINHA UM LINDO OLHAR;

PARECIA QUE ERA PRIMO
DO NOSSO MENINO JESUS.

VIERA NAQUELE MOMENTO,
PARA TESTAR MEU CORAÇÃO.
EU ESTAVA ASSIM SEM CRENÇA,
ASSIM REATIVEI MINHA ORAÇÃO.

QUE ESTUPIDEZ VER AQUILO,
GENTE QUE GENTE NÃO PARECE SER.
UM SER DESCRENTE, MAIS TEMENTE,
QUERENDO ENCONTRAR UM CARINHO .

AQUELE CARINHO QUE LHE
ABANDONOU UM DIA,
NUM PASSADO DISTANTE.

SEM SABER COMO AJUDÁ-LO,
COLOQUEI ASSIM NA CALÇADA,
E PEDI PARA VARRER E CAPINAR.

VARRER AS FOLHAS DAS ÁRVORES,
QUE CAIM SEM AR E SEM QUERER.
ELE ASSIM CAMINHOU FELIZ
TINHA UM TOSTÃO PARA COMER.

NUNCA MAIS PASSOU ALI,
APENAS GUARDO NA LEMBRANÇA,
AQUELES OLHOS DE CRIANÇA.

CRIANÇA QUE JAMAIS PODIA SER..
ANOS PASSARAM E POR MILAGRE,
UM DIA ENCONTREI ELE SEM QUERER.

ERA UMA JARDINEIRO,
QUE VIVIA A SEMEAR FLORES NO JARDIM,
HAVIA RECUPERADO A MEMÓRIA,
E PARA A SUA MAIOR GLÓRIA,
COMEÇOU A SORRIR PARA MIM.
.
ELE JÁMAIS SABERÁ QUE FOI EU,
QUE LHE ENSINEI A CARPIR UM JARDIM..

PENSE..JANEPEROLA2008@HOTMAIL.COM


Autor: JANEPEROLA2008@HOTMAIL.COM.