Na efemeridade de alguns sentimentos continuo descontraindo os ponteiros do relógio e, pela tintura escura da noite, embriagando a solidão com algumas garrafas de vinho.
O silêncio ensaia alguns tons afinados com minhas loucuras nada sóbrias.
Planejo uma pirraça e expulso pela porta da frente a solidão, que sem pedir licença insiste e entra, dessa vez, pela janela.
Exausta desta companhia forçada, desrespeito o avanço do tempo e saio como a qualquer hora. Competindo os passos com a sombra refletida no estreito da calçada, vou costurando os meios fios das ruas.
Vazia de pressa desenho algumas esquinas cheias de nada.
Começo a suspeitar do silêncio deste lugar, onde todos dormem e as luzes descansam apagadas. Com receio vou arriscando e engraxando a sola do sapato por ruas que disfarçam de mim qualquer segredo.
Contorno algumas curvas suspeitas e sigo retas desconfiadas, tentando desvendar o que ainda não sei. Já é tarde e eu só preciso saber. Saber das respostas que se encaixam em perguntas já empoeiradas.
Já no fim de noite, meu cansaço tem sabor de embriaguez e minha vontade tem os desenhos do seu rosto.
Mas, talvez eu devo me conformar com finais de histórias interrompidos e maquiar algumas perguntas órfãs de respostas.
Já é tarde, o melhor é voltar pra casa.
Grafite
UAU que lindo.
ResponderExcluirTransbordava sentimento.
Consegui sentir no coração.
Bjão =^.^=